sábado, 26 de junho de 2010

ALMA DE MULHER

Maria Lucia Victor Barbosa

24/06/2010



Duas mulheres estão disputando a presidência da República: Marina da Silva, aparentemente frágil, figura feminina doentia, voz fininha. Como ex-petista Marina terá sempre alma de PT em que pese estar por circunstâncias políticas no PV. Sem chances de vencer, num eventual segundo turno ela certamente dará apoio a Dilma Rousseff, candidata que há dois anos vem sendo conduzida em campanha por seu criador político, Lula da Silva. Na convenção festiva do PT que oficializou Rousseff, obedientes petistas cantaram a plenos pulmões: “Lula tá com ela, eu também to”.

Como pesquisas detectaram que Rousseff tem pior desempenho do que o candidato do PSDB, José Serra, no eleitorado feminino, o marqueteiro João Santana investiu na exaltação da mulher e na feminilização da candidata, que na convenção leu com sua voz rascante um longo e enfadonho discurso capaz de fazer dormir militante petista.

Santana se concentrou na esfera psicológica, elemento fundamental da propaganda enganosa capaz de convencer pessoas a comprarem produtos de má qualidade que não lhes são necessários.

Retoques físicos obtidos com primorosa plástica, aplicações de botox, penteados sofisticados, sobrancelhas arqueadas adequadamente, maquiagem de artista de novela operaram milagres na senhora sessentona de modos rudes. Mas, qual o truque para mudar uma personalidade? Isso é tarefa impossível. Entretanto, assim como o truculento ex-sindicalista foi momentaneamente transformado no “Lulinha paz e amor”, por que não confeccionar uma “Dilminha ternura” sob encomenda do chefe?

Na preparação para a entrada triunfal da “grande estadista” na convenção foram exibidos vídeos da Princesa Isabel, Anita Garibaldi, Chiquinha Gonzaga, Maria da Penha. Naturalmente, a intenção era passar a idéia de uma Rousseff superior a todas elas. Faltou a Santana a idéia de compará-la á Imaculada Conceição, já que o piedoso irmão leigo, Frei Betto, chamou Lula da Silva de “luz do mundo”, privilégio que antes pertencia a Jesus Cristo.

Estrategicamente não foram mencionadas, entre outras: a ministra Zélia Cardoso de Melo que detonou o governo Collor com a expropriação da poupança; a petista Benedita da Silva, expelida do ministério por conta de algumas, digamos, extravagâncias em gastos; a petista, braço direito de Rousseff, senhora Erenice, hoje ocupando o lugar da ex-ministra e que, junto com a chefa sofreu acusações que se desmancharam no ar, relativas à habitual tática dos “aloprados” do PT de confeccionar dossiês para difamar concorrentes políticos.

Na verdade, várias mulheres em cargos públicos são incompetentes ou se comportam de maneira nada edificante, exatamente como homens incompetentes e corruptos, o que prova que não basta ser mulher ou homem, branco ou negro, pobre ou rico para assumir o poder. Para governar, sobretudo um país, é necessário ter experiência que prove competência, biografia que demonstre honestidade, liderança confirmada, ideal voltado para o bem-comum. O resto é mistificação, populismo barato, empulhação de eleitor incauto.

Isso não quer dizer que a mulher não possa se sair bem na política. Grandes governantes entraram para a história como, por exemplo, a rainha Elisabeth da Inglaterra, Indira Gandhi na Índia, Golda Meir em Israel, Margareth Tatcher na Inglaterra, Violeta Chamorro na Nicarágua. Entretanto, como disse Indira Gandhi: “Não me considero uma mulher fazendo política, mas, sim, uma pessoa exercendo um ofício”.

No discurso da convenção Rousseff prometeu que fará um governo como o de Lula, mas “com alma e coração de mulher”. O que será que a colérica Rousseff entende por alma de mulher?

Numa idealização da “alma de mulher” direi que podemos, entre outras coisas, sermos generosas, compreensivas, pacientes, atributos, aliás, inerentes ao maravilhoso dom da maternidade. No comportamento muitas de nós somos graciosas, sedutoras, sensuais, encantadoras no jeito de andar e falar. No dia-a-dia de muitas mulheres se encontram heroínas que amparam, consolam, lutam pela existência, protegem a família.

Nem todas possuem tais características, é claro. Existem mães que matam os filhos, megeras que infernizam a vida alheia, ignorantes que danificam suas vidas e a de outros, mulheres nada graciosas que andam com passadas de guarda de campo de concentração, sempre dando ordens com vozes desagradáveis feitas para o comando.

Parece, porém, que essa coisa de alma virou moda. Até Michel Temer disse que o “PMDB vai entrar em campanha com sua alma, e não apenas com seu raciocínio”. Alguns eleitores mais atilados conhecem bem a “alma e o raciocínio” de José Sarney, Renan Calheiros...

De qualquer modo, se Rousseff ganhar não teremos uma mulher na presidência da República. Como inferior e submissa ao homem ela apenas esquentará o lugar para Lula da Silva que pretende voltar em 2014. Assim os homens do PT traçaram sua manutenção no poder. E se a herança maldita pesar foi a mulher que não soube fazer como a “luz do mundo”. Afinal, só Lula da Silva tem alma.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

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segunda-feira, 14 de junho de 2010

A MARCHA DA ESTUPIDEZ

Maria Lucia Victor Barbosa


13/06/2010

O PT aprendeu depois de muitas derrotas como chegar ao poder mais alto da República e nele se manter. Trocou o discurso revolucionário pelo discurso pragmático, utilizou em grande escala a propaganda que engana incautos e aquece emoções, fez acordos com forças políticas e econômicas inimagináveis nos tempos dos petistas éticos, mas não esqueceu o aprendizado anterior de fazer oposição de forma violenta, ameaçadora, implacável, diante da qual nenhum partido ousou o enfrentamento adequado, nem mesmo quando estouraram os escândalos que teriam derrubado qualquer presidente da República fosse ele de outro partido.

Uma vez enquistado no poder foi trabalhado o projeto de permanência do PT, estipulado por José Dirceu em pelo menos 20 anos, enquanto Lula da Silva sempre se referia a quatro anos e depois a oito anos como períodos muito curtos para realizações pretendidas.

Sem dúvida, a meta de se manter no mais alto domínio do país foi planejado com esmero. A figura presidencial foi trabalhada com requintes de culto da personalidade, próprios de governantes ególatras. Estimularam as performances circenses de um Lula, que por vezes lembram as de um animador de auditório. E ele cultivou o palavreado chulo, o comportamento inadequado, os atropelos da linguagem na busca de identificação com as massas.

Mas isso não bastava. Além de circo o povo quer pão. O governo petista seguiu à risca a “herança maldita” e até agora tem se dado bem com o importante respaldo do Banco Central sob o comando de Henrique Meirelles, ex- tucano, ex-liberal, hoje PMDB.

Ao mesmo tempo, deu certo a fórmula: bolsas esmola no melhor estilo do voto de cabresto para pobres agradecidos; lucros astronômicos para os ricos, principalmente banqueiros, empreiteiros, grandes empresários. Quanto aos intelectuais, artistas, clérigos, mantiveram o encantamento pelo “proletário de esquerda”.

O Congresso foi anexado ao Executivo através de “mensalões”. O Judiciário sempre pronto para exercer o direito alternativo sujeitou-se ao deboche de Lula da Silva que se crê acima da lei.

Se a herança maldita do PT que inclui loteamento do Estado pelos companheiros, dívidas perdoadas a outros países, esdrúxulas criações de embaixadas como a da Coréia do Norte, mimos aos companheiros e compadres da América Latina que usam e abusam do Brasil, fulminar o próximo presidente, melhor. O caminho está preparado para a volta de Lula da Silva que, alias já se lançou ao terceiro mandato em 2014.

Contudo, se para uso interno o plano de José Dirceu funcionou, a política externa sob o comando de Marco Aurélio Garcia auxiliado, por Celso Amorim, tem sido um retumbante fracasso. O Brasil tem perdido todos os cargos importantes a nível internacional. Faz questão de proteger terroristas e assassinos como Cesare Battisti e outros mais. Dá apoio aos piores ditadores que desrespeitam direitos humanos. Contudo, a patacoada em Honduras, quando a mando de Hugo Chávez o Brasil abrigou em sua embaixada Manoel Zelaya, o pretensioso e ridículo papel de Lula da Silva junto a israelenses e palestinos prometendo-lhes a resolução de seus complexos problemas, não foram nada diante da peça de teatro mambembe dedicada ao astuto companheiro Mahmoud Ahmadinejad.

O resultado da aventura, que teve como única aliada a Turquia, foi a paulada mais monumental já recebida por nossa política externa. O Brasil ficou praticamente falando sozinho no Conselho de Segurança da ONU quando sanções foram votadas contra o Irã. Todos os membros votaram a favor, o Líbano se absteve e a Turquia por pouco não deixou o Brasil na mão.

Mesmo assim, de forma totalmente arrogante e estulta, Lula da Silva e Amorim cantaram vitória. Para uso interno, vá lá, para uso externo não funcionou, pois além de tudo isso ser desmoralizante para o Brasil já começam a entender lá fora quem é de fato o “cara’”.

Mas, por que as sanções são necessárias. Por que o Irã não pode ter a bomba atômica que está prestes a fabricar? Porque o Irã se localiza em zona de tensão, porque o país está sob a égide do perigoso fundamentalismo mulçumano, porque Ahmadinejad já declarou com todas as letras que sua gana de destruição começará por Israel, porque qualquer ataque nuclear não terá vencedores nem perdedores, porque não sobrará nada.

Note-se que Ahmadinejad, que riu das sanções e já ameaça bloquear petróleo para outros países personifica a marcha da estupidez que deixa o planeta numa de suas fases das mais perigosas. Certamente o persa tem adeptos além de Lula, como Fidel Castro que emergiu de seu sarcófago para dar apoio a Ahmadinejad e perverter os fatos ao dizer que Israel é que quer atacar o Irã.

Certamente Lula da Silva gostou do humor negro do déspota cubano a quem chama carinhosamente de democrata. Ele e Fidel lembram um filme passado há tempos: “De como aprendi amar a bomba atômica”. Ambos estão engajados na marcha da estupidez, sob o comando de Ahmadinejad.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

mlucia@sercomtel.com.br

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terça-feira, 8 de junho de 2010

Esses Judeus Problemáticos



Retirado da RUA JUDAICA

Por: Charles Krauthammer
The Washington Post – 04. junho. 2010

O GLOBO 8 de junho de 2010

O mundo está indignado com o bloqueio de Gaza por Israel. A Turquia denuncia a sua ilegalidade, a desumanidade, a barbárie, etc. Os suspeitos de praxe que participam da ONU o Terceiro Mundo e a Europa se juntam. A administração Obama treme.

Mas como escreve Leslie Gelb, que é o ex-presidente do Conselho de Relações Exteriores, o bloqueio não é apenas perfeitamente racional, mas é perfeitamente legal. Gaza está sob o domínio do Hamas que é inimigo autodeclarado de Israel – e esta autodeclaração é acompanhada por mais de 4.000 foguetes disparados contra civis que moram em território israelense.

Muito embora se comprometendo e se empenhando numa incessante beligerância, o Hamas reivindica ser a vítima, mesmo quando Israel impõe um bloqueio para impedir que esse mesmo Hamas se arme ainda com mais foguetes. Na II Guerra Mundial, com uma legalidade internacional completa, os Estados Unidos mantiveram o bloqueio para a Alemanha e o Japão. E em outubro de 1962, durante a crise dos mísseis, os EUA colocaram em prática o bloqueio ("quarentena") de Cuba. Navios russos com armas que seriam entregues para Cuba voltaram porque os soviéticos sabiam que a marinha americana os abordaria ou iria afundá-los. No entanto, Israel é acusado de ser um criminoso internacional por fazer exatamente o que John Kennedy fez: por em prática um bloqueio naval para impedir que um Estado hostil adquira armamentos letais.

Oh, mas os navios que iam para Gaza não estavam numa missão de ajuda humanitária? Não. Caso contrário, teriam aceitado a oferta de Israel para que levassem o que transportavam para um porto israelense para inspeção relativa a materiais militares e o restante transportado por Israel para Gaza – pois todas e a cada semana 10 mil toneladas de alimentos, remédios e outros suprimentos humanitários são enviados por Israel para Gaza. Então porque essa oferta foi recusada? Porque, como a própria organizadora Greta Berlin admitiu o objetivo da flotilha não era o socorro humanitário, mas sim a quebra do bloqueio, ou seja, o término das inspeções por Israel, o que na prática significaria a navegação ilimitada para Gaza e, portanto, o fornecimento ilimitado de armamentos para o Hamas.

Israel já interceptou por duas vezes navios pesadamente carregados de armas iranianas destinadas ao Hezbollah e para Gaza. Que país permitiria isso? Mas ainda mais importante, por que Israel ainda tem que utilizar o bloqueio? Porque, o bloqueio é uma forma de defesa no mesmo momento que o mundo deslegitima o direito de Israel de se defender – de forma antecipada e pró- ativa.

(1) Defesa antecipada: Por ser um pequeno país densamente povoado cercado por países hostis, Israel durante mais da metade de um século adotou este tipo de defesa – lutando as guerras em território inimigo (como no Sinai e Colinas de Golã), e não no seu próprio território. Sempre que possível (o Sinai, como um bom exemplo), Israel trocou territórios por paz. Mas quando as ofertas de paz foram recusadas, Israel manteve espaços como zonas tampão de proteção. Assim, Israel manteve uma pequena faixa do sul do Líbano para a proteção das cidades do norte de Israel. E sofreu muitas perdas na Faixa de Gaza para que as cidades fronteiriças israelenses não fossem expostas aos ataques terroristas palestinos. E, pelos mesmos motivos que a América trava uma árdua guerra no Afeganistão: Você luta com eles lá, então você não terá que lutar com eles aqui. Mas, sob uma pressão externa esmagadora, Israel está desistindo. Aos israelenses foi dito que as ocupações não eram somente ilegais, mas eram a causa das revoltas anti-Israel e, portanto, a retirada, que seria o motivo, traria a paz.

Terra por paz. Lembram-se? Bem, durante a última década, Israel entregou terras – evacuou o sul do Líbano em 2000 e deixou Gaza em 2005. O que conseguiu ? A intensificação da beligerância, a intensa militarização do lado inimigo, muitos seqüestros, ataques que atravessam as fronteiras e, lançados de Gaza, anos de implacáveis ataques de foguetes.

(2) Defesa pró-ativa: Israel, então teve que mudar para uma defesa ativa – ações militares para impedir, desmantelar e derrotar (emprestando a descrição do presidente Obama para a campanha dos EUA contra os Talibãs e a al-Qaeda) contra os mini-estados terroristas e pesadamente armados localizados no sul do Líbano e em Gaza depois que Israel se retirou. Quais foram os resultados? A guerra do Líbano em 2006 e ataques lançados de Gaza entre 2008 a 2009. E mais uma avalanche de calúnias pela mesma comunidade internacional que havia exigido as retiradas israelenses com o propósito de terras x paz. E o pior, o relatório Goldstone da ONU, que basicamente criminalizou a operação defensiva de Israel na Faixa de Gaza, enquanto encobriu o ‘casus belli’ – os pesados ataques com foguetes pelo Hamas que precederam a operação – e que efetivamente deslegitimou qualquer defesa pró-ativa por parte de Israel contra os seus autodeclarados inimigos que utilizam o terror.

(3). Defesa passiva: Sem a defesa antecipada ou defesa pró-ativa para Israel somente é permitida a forma mais passiva e benigna de todas as defesas - um bloqueio para simplesmente impedir o rearmamento do inimigo. No entanto, nesse exato momento que falamos também está sendo deslegitimado pelas organizações internacionais. Mesmo os Estados Unidos agora está tendendo para que o mesmo seja abolido.

Mas, se nenhum destes pontos são permitidos, o que resta?

Ah, mas esse é o ponto. É o ponto que a flotilha rompe-bloqueio com inocentes úteis e simpatizantes do terror, pela organização testa-de-ferro turca que a financiou, pelo coro automático anti-Israel do Terceiro Mundo nas Nações Unidas e pelos preguiçosos europeus que não mais querem saber do problema judaico.

O que mais resta? Nada. O ponto central desta campanha implacável internacional é privar Israel de qualquer forma legítima de autodefesa. Por que, na semana passada, a administração Obama se juntou aos chacais, e inverteu uma prática de quatro décadas seguida pelos EUA, assinando um documento de consenso que coloca o foco em Israel por possuir armas nucleares? – e assim deslegitimar a última linha defesa de Israel: a dissuasão. É, parece que o mundo está cansado desses judeus incômodos, 6 milhões - esse número mais uma vez – ao lado do Mediterrâneo, a cada convite se recusando ao suicídio nacional. E por isso são incansavelmente demonizados, restritos a guetos e impossibilitados de se defenderem, até mesmo quando os mais empenhados anti-sionistas – o Irã, em particular - abertamente prepara uma solução mais definitiva.



letters@ charleskrauthammer.com

© 2010 The Washington Post Company

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A QUEM INTERESSA?
Maria Lucia Victor Barbosa
30/05/2010

O presidente Lula da Silva, que há dois anos usa e abusa do poder político e econômico fazendo campanha antecipada para sua candidata, afiançou com a certeza de um píton referindo-se a Dilma Rousseff: “nós vamos ganhar”.
Difícil saber se tal acontecerá, em todo caso, essa certeza absoluta do presidente da República em parte justifica os estapafúrdios fatos que vêm ocorrendo, tanto na política interna quanto externa do País. E como se Lula da Silva e seu partido sentissem que tudo podem, pois pairam acima das leis e são amparados pelo enorme prestígio presidencial que aparece nas pesquisas de opinião.
Disse, em parte, porque tal certeza não estaria também alicerçada no respaldo de forças globais? Não seríamos tão-somente uma das peças de um jogo mais amplo nesse mundo onde tudo se interliga? Vivemos a era do Foro de São Paulo, da UNASUL, da OEA do B, Da Via Campesina e de tantas outras entidades que formam um conglomerado político-econômico em oposição a outros, como se a dicotomia esquerda, direita ainda vigorasse ressuscitando as viúvas do pós-Muro de Berlim.
Na política interna relembro, por exemplo, o Plano de Direitos Humanos lançado por um grupo de mentores presidenciais, apresentado como plano do governo Rousseff e rapidamente transformado em decreto assinado pelo presidente da República. Nesse Plano o PT esquerdista e raivoso de outros tempos arregaça os dentes contra a propriedade, a Justiça, a Igreja, a liberdade de pensamento. Algo impróprio numa campanha, pois torna a candidata uma figura ainda mais assustadora, não para o povo em geral que desconhece esse tipo de assunto, mas para algumas importantes instituições sociais que interferem como formadoras de opinião nas opções eleitorais.

Na desastrosa política externa, gestada na mente de Marco Aurélio Garcia e que tem como coadjuvante Celso Amorim, um dos objetivos, dizem, é fazer do Brasil potência mundial acima de todas as demais e sentar Lula da Silva num cargo de relevância planetária depois que ele deixar a presidência da República. Outra meta obsessiva é a conquista do assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Porém, é de se estranhar que o PT pretenda concretizar essas megalomaníacas ambições batendo de frente com os Estados Unidos, Europa, China, como está acontecendo no caso do Irã. Isto porque, se internamente Lula da Silva é exaltado como “salvador do mundo” (ele gosta de se comparar a Jesus Cristo), para uso externo o esdrúxulo apoio lançou desconfiança sobre o Brasil que dá total suporte a Mahmoud Ahmadinejad, tirano que ganhou eleições sob a suspeita de fraude, tem perseguido, torturado, matado dissidentes e minorias sociais, mantém a obsessão de destruir Israel e de construir um arsenal atômico, sabe-se lá com quais pretensões de dominação.
O fato é que ninguém governa sozinho, ou faz o que bem entende. Tampouco Lula da Silva comanda o espetáculo mundial, regional e nacional, como dita sua propaganda. Ele é apenas, digamos, um animado clown que dá cambalhotas e faz a platéia rir. Só que a platéia internacional já não está achando tanta graça no piadista e sorridente brasileiro.
Assim, é sensato perguntar: A quem interessa a política ditada pelo Itamaraty? Que forças mundiais se aglutinam para fortalecer o segmento da América Latina comandado por Hugo Chávez? Quem de fato deseja enfraquecer potências mundiais como os Estados Unidos, Israel e outros países democráticos? Com quais poderes obscuros nosso país está em consonância? Por que o Brasil se expõe dessa maneira, desgastando-se internacionalmente? Será que alguém duvida que existam processos que desembocam na união de interesses de domínio, nos quais, nós, pobres mortais, nem sonhamos interferir? Será que até aqueles que possuem lustros de educação formal se esqueceram da existência tenebrosa dos totalitarismos do século passado, comunismo e nazismo?
Outro ponto importante: não apenas bombas destroem países. Essas têm efeitos imediatos e devastadores. Mas há outros meios de atingir, desorganizar, destruir uma sociedade é um deles é a droga, uma das causas da violência social e da desagregação do tecido social.
Nesse sentido, o candidato José Serra tocou num ponto crucial da Segurança brasileira ao se referir á enorme quantidade de cocaína que sai da Bolívia sob as vistas grossas de Evo Morales e entra no Brasil. Também é preciso lembrar que as terroristas Farc, compostas de narcotraficantes, já estão comodamente instaladas entre nós.
Ao alerta de José Serra, Lula da Silva reagiu ao seu estilo, com deboche. Rousseff, conforme sua personalidade, duramente. Disse ela que a atitude de Serra não é a de um estadista. O que será que Rousseff entende por estadista? Por que será que ela defende tão veementemente o tráfico de drogas a guisa de defender o companheiro cocalero? E será que queremos esse tipo de governo para nossos filhos e netos?
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
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