sábado, 12 de setembro de 2009

11 DE SETEMBRO DE 2001
Maria Lucia Victor Barbosa
12/09/2009

O tempo que parece passar cada vez mais rápido, escapando pelas frestas da vida nessa nossa era da pressa, deixou para trás, esmaecido na memória, o brutal ataque às torres do World Trade Center de Nova York e aos prédios do Pentágono, símbolos do poder financeiro e estratégico-militar dos Estados Unidos.
O hediondo atentado que vitimou centenas de norte-americanos, de estrangeiros, inclusive, de alguns brasileiros, foi arquitetado por Osama Bin Laden, inimigo número 1 dos Estados Unidos e quintessência do “islamismo mais enlouquecido” na expressão de Giles Lapouge. Cabeça do terrorismo mundial, Bin Laden exultou quando sua coreografia perfeita do horror foi assistida pelo mundo estarrecido. E esta figura sinistra continua a destilar peçonha onde a rede terrorista Al Qaeda estende seus tentáculos.
Viver com medo é tornar-se escravo e foi essa escravidão psicológica que Bin Laden, misto de fanático e psicopata, prometeu aos Estados Unidos depois de ter assumido a autoria dos atentados. Algo que pode ser mais bem entendido a partir do brilhante ensaio de Friedrich Nietzche sobre o ressentimento a significar a desforra dos “escravos morais”, ou seja, dos desprivilegiados em dotes naturais ou oportunidades de vida contra o que consideram como privilegiados. Em suma, a vingança dos recalcados.
A teoria de Nietzsche traduz o lado psicológico da teoria da luta de classes de Karl Marx. Isto porque, se indivíduos “explorados” nos primórdios do capitalismo industrial obtiveram melhorias sociais, não através da “ditadura do proletariado”, mas sim através de conquistas da classe operária, hoje “escravos morais” que ideologicamente se posicionam como sendo de esquerda são movidos pelo recalque diante do êxito alheio, fenômeno muito comum na América Latina perante os Estados Unidos.
A teoria que analisa o recalque, a intrínseca inveja humana, mais conhecida entre nós como “complexo de vira-lata”, é frequentemente demonstrada pela esquerda brasileira composta não pelo operariado, mas pela “pequena burguesia” onde se incluem estudantes, intelectuais, artistas, profissionais liberais e outras camadas sociais inseridas nas classes médias. Isto explica porque diante do monstruoso atentado um grupo de brasileiros entusiasmados saudou “Osama nas alturas” e se deliciou repassando um vídeo onde o choque dos aviões nas torres do World Center era repetido.
Contraditoriamente, os socialistas tropicais, que chegaram a culpar o “Grande Satã Branco” pelo brutal atentado ao seu próprio povo, nunca deixaram de viajar aos Estados Unidos para estudar, tratar da saúde, fazer turismo ou mesmo ficar por lá em busca de uma vida melhor.
Para fins ideológicos, porém, os “escravos morais” cultuam figuras abomináveis que possuem o mesmo tipo de “ódio sagrado” aos norte-americanos, como é o caso de Mahmoud Ahmadinejad, que por tabela prega a destruição de Israel e nega o Holocausto.
Enquanto isso, Hugo Chávez, ditador de fato da Venezuela e também possuído pelo “ódio sagrado” aos Estados Unidos, depois de sua oitava viagem ao Irã declarou que reconhece o direito dos iranianos de desenvolver tecnologia nuclear e mencionou a construção na Venezuela de uma “zona nuclear” ou “cidade nuclear” com ajuda iraniana. Essas declarações, naturalmente, levam ao delírio seus fiéis seguidores, os socialistas do século 21, especialmente o boliviano Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa.
O Brasil não se manifesta diante do pacto de Chávez com o Irã. Mesmo porque, Lula da Silva considera Chávez um democrata e espera Ahmadinejad de braços abertos, caso este resolva tentar de novo visitar o Brasil.
Há quem diga que terroristas habitam bem próximos de nós, ou mesmo que já estão em nosso meio, coisa que faz o gosto da esquerda tupiniquim, a mesma que defende Cesare Battisti, os países que desrespeitam os direitos humanos, as Farc, o MST, enfim, tudo que gera violência e ameaça a pessoas indefesas.
De todo modo, naquele já longínquo 11/09/2001, se símbolos do poder norte-americano foram atingidos, a Estátua da Liberdade permaneceu de pé. Em meio à tragédia isso foi um bom sinal. Traduziu a esperança de que podem vencer os que defendem a liberdade, a democracia, a prosperidade e não os recalcados do fanatismo, do terror, do desrespeito à vida.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga
mlucia@sercomtel.com.br
www.maluvibar.blogspot.com

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