A DITADURA DA MILITÂNCIA
Maria
Lucia Victor Barbosa
03/11/2014
O PT, cuja essência é autoritária sempre
requereu para si o monopólio do poder, da virtude e da verdade. Logrou ascender
ao cargo mais alto da República na quarta vez depois da escalada persistente de
Luís Inácio da Silva, cuja imagem cuidadosamente construída simbolizou o
proletário para estar de acordo com a teoria de classes de Karl Marx. Ele nunca
foi um proletário – homem pobre com família numerosa que só tem por bens sua
prole – e sim, por breve tempo, esteve entre os metalúrgicos que compõem a
elite do operariado.
Conquistado o poder o PT se desfez do
monopólio da virtude, pois se no Brasil a corrupção é histórica e endêmica, a
militância petista dos altos cargos transformou seu partido no mais corrupto de
toda nossa história.
Quanto ao monopólio da verdade evidenciou-se
na prática ao contrário, ou seja, da propaganda enganosa às contabilidades
criativas o governo do PT fez da mentira sua arma de sustentação e manutenção
no poder. Nesta linha de conduta os petistas abusaram do contraditório, contradizendo
o que antes afirmavam como o próprio Luís Inácio que se disse uma metamorfose
ambulante.
Além do mais, petistas nunca erram
sendo os outros são sempre os culpados. Em outra estratégia o governo dividiu
para governar estimulando o ódio entre ricos e pobres e, num esdrúxulo recorte
da luta de classes promoveu o embate entre brancos e negros, heterossexuais e
homossexuais.
Na recente campanha que terminou com
uma pequena diferença a favor de Rousseff a exacerbação da mentira teve contornos
sórdidos e logrou transformar primeiro, Marina, depois Aécio, em monstros
perniciosos que ao lado dos banqueiros matariam os coitadinhos dos pobres de
fome e lhes tiraria todos os benefícios presenteados pelo pai Lula. Marina
seria a vacilante, a homofóbica. Aécio o bêbado que batia em mulher. Essas e
outras sandices eram difundidas incessantemente na propaganda eleitoral
gratuita, em palanques onde Rousseff “fez o diabo” e Luís Inácio parecia
necessitado de um exorcismo. Conforme a revista Veja, odiada por Lula e demais
companheiros: “o PT distorceu fatos, falsificou a história e manipulou
eleitoralmente a divulgação de informações, jogando o nível da disputa na
lama”.
No seu discurso após ser reeleita,
Rousseff lançou Luís Inácio ao chamá-lo duas vezes de presidente. Portanto, nem
bem terminou uma campanha outra já começou como demonstração do projeto que
visa á continuidade do PT no poder. Contudo, seria interessante considerar
alguns fatos:
1º - Luís Inácio perdeu feio no seu
berço político, São Paulo, onde não logrou eleger o terceiro poste. Perdeu no
Rio de Janeiro, no Sul e em vários Estados. Seu partido, ainda que continue
forte, perdeu deputados, senadores, governadores.
2º - O primeiro mandato da criatura,
arrasador para a economia, tende a piorar neste segundo com aumento da
inflação, da inadimplência, da queda da renda, do desemprego e do crescimento
zero.
3º - O PT tanto utilizou o ódio como
ferramenta de divisão social que conseguiu implantar esse sentimento na
sociedade. Isto apareceu de modo inequívoco no comportamento antipetista que se
alastrou praticamente pela metade dos eleitores durante a campanha, de modo
nunca havido e que tende a continuar.
4º - O projeto golpista do governo de
criação de comitês populares ou sovietes foi derrubado na Câmara, enquanto vai
se armando no Congresso uma oposição que inclui parte do PMDB.
6º - Partidos estão se engalfinhando
por ministérios e demais cargos e vai ser difícil contentar a todos, a menos
que Rousseff acrescente mais ministérios
aos 39 já existentes com as devidas repercussões negativas para os cofres
públicos.
Disto se deduz que Luís Inácio e seu
partido nunca enfrentaram tantas dificuldades. Entretanto, não se pode
subestimar poderio petista. Para enfrentá-lo seria necessário o surgimento lideranças
parlamentares de fato oposicionistas e a manutenção da lucidez antipetista na
sociedade
Se tal não acontecer e o governo
dominar o STF nos moldes bolivarianos, domesticar o Congresso e a sociedade não
reagir, a ditadura da militância se instalará de vez através de uma constituição
feita à sua imagem e semelhança, da censura aos meios de comunicação, de outras
medidas autoritárias que implantem a sonhada democracia de massas. Ainda é tempo
de não virarmos uma Venezuela e sistemas congêneres da América Latina. Todavia
o perigo existe porque os embriões da falsa democracia já estão plantados no
Brasil.
Maria Lucia Victor Barbosa é
socióloga.
Fico contente em saber que ainda existem sociólogos como a sra, com a mente sã. Ontem, em uma palestra, fiquei chocado com a afirmação de uma "socióloga", ao dizer que os movimentos sociais devem sim, atacar, invadir, pois são as únicas saídas. Como assim? Fico indignado ao ver educadores com mentalidades desse naipe, e assim, moldando a mentalidade de massas!
ResponderExcluirPergunto-me: qual a finalidade de tudo isso?
Espero que pessoas, como a sra, possam levar a verdade a todos deste país!